Entre os topónimos de muito grande antiguidade que correspondem a obras do Homem ainda hoje reconhecíveis, vale a pena referir os que têm origem no radical fenício "sbr", que significa "amontoar, fazer um monte". Chegaram a nós após evolução de milhares de anos sobretudo nas formas "sobro" e "zebro", e estão claramente associados a mamoas e antas ou dólmens. É claro que os nomes "sobro" ou "zebro" foram criados no momento em que as construções foram realizadas, ou seja durante o neolítico e calcolítico, e por isso correspondiam ao processo construtivo - "amontoar, fazer montes". Já a palavra que hoje usamos, "mamoa", existe pela semelhança à "mama", ou seja, foi criada tendo em conta apenas a sua forma e não o seu conteúdo interior ou o processo construtivo. É por isso um termo muito mais recente.
Não será necessário dizer que existe um número anormalmente grande de mamoas e antas em Portugal que estão em locais conhecidos como "Zebro", "Zebra", "Sobro", etc.
Este novo conhecimento poderá ajudar os arqueólogos a encontrar
monumentos megalíticos até agora desconhecidos, mas também a detetar as
situações em que antigos monumentos foram completamente arrasados, e deles nada
sobrou a não ser o nome.