domingo, 26 de fevereiro de 2012

Andar de "rabo ao léu" e ser "chato como a potassa"

“Rabo ao léu” ?

L’ ou Lô’ significa em hebraico antigo “nada, sem, nenhum”.

“Rabo ao léu” ou “pernas ao léu”, etc., deve provir dessa ideia de “sem, nada, nenhum”, e deve corresponder ao facto de estarem “sem nada”, estarem a descoberto.

Chato como a potassa

Po / P’ / Pe / P / Pa, significa “falar, gritar, dizer” em muitas das línguas semitas antigas (ugarítico, hebraico antigo, acádio…)

Tesu – (acádio) é “perturbar

Tussu – (acádio e ass. Babilónico) é “insolência, calunia
 
potassa” é assim algo como “perturbar, ou ser insolente com palavras

 “Chato

S’t / Xeat   (cheat) - (hebraico antigo)  é “desprezo, desdém

Swt (chout) – (hebraico antigo) é “desprezar, desdenhar

chato  é alguém que se despreza?

Classificar de “chato como a potassa” alguém deve corresponder à situação de uma pessoa que se “despreza por perturbar com palavras

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Calabouço

Um “Calabouço” é uma “enxovia”, é uma “prisão subterrânea”. Em fenício “kl’ ” é “prisão”, e “b’š” “cheirar mal, feder, tornar-se odioso”. “klb’š” é, evidentemente “prisão mal cheirosa”, “prisão odiosa”. Penso que não é necessária qualquer explicação adicional. Diz-se que a palavra portuguesa “calabouço” tem origem no termo castelhano “calabozo”. Ainda que tal fosse verdade, ficaria por explicar a origem do termo castelhano. Evidentemente que a origem da palavra portuguesa e da palavra castelhana é a mesma, e uma não tem antecedência sobre a outra.

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

A "SOMBRA" FILHA DO FENÍCIO E DO LATIM

Como bem refere J. P. Machado, a nossa palavra “sombra” tem certamente relação com o castelhano “solombra”, com o mirandês “selombra” e com o português antigo “soombra”. Este parece ser um caso pouco comum na língua portuguesa, em que se juntaram duas palavras com o mesmo significado, uma proveniente do fenício e outra do latim. De facto “şl” em fenício é “sombra, protecção”, e “umbra”, em latim, também significa “sombra”. Assim, o “solombra” original resultou seguramente desta duplicação de termos “sl+umbra”.

Há no entanto detalhes que ajudam a melhor compreender este fenómeno raro. Este “şl” fenício, (no caso hebraico antigo), tem outras formas gráficas equivalentes, como “şalalu” que significa em assírio e acádio “proteger, cobrir, fazer tecto”, de “şilu” (ou “şillu” e “şululu”), que significa também nestas línguas “sombra, protecção”, ou de “şll” com o significado de “tornar sombrio”. Percebe-se que o “şl” fenício corresponde em boa medida ao “objecto que produz a sombra” e não apenas à sombra projectada por esse objecto. Por outro lado, o “umbra” latino refere-se mais à “sombra projectada” em si, e menos ao objecto que a produz. Deste modo acaba por existir uma certa complementaridade entre o significado dos dois termos na palavra “selombra”, o que contribuiu para o seu surgimento e que veio dar origem à nossa palavra "sombra".

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

A PALAVRA "SILO" E A SUA ORIGEM

No desenrolar do trabalho que venho desenvolvendo sobre a origem da língua portuguesa, deixo-vos mais uma para reflexão.
A palavra "silo", como tantas outras, radica claramente no fenício: “šilu” significa “oco, cavidade”. Um "silo" era originalmente, como se sabe, uma cova redonda, geralmente em forma de pipa, escavada em rocha impermeável, para que nesse espaço se guardassem alimentos, em particular cereais. O fenício tem outros termos foneticamente próximos e com um sentido associável: “sillu”, “sellu”, ou “sl”, é “cesto”; “şl”, é “sombra, protecção”…
Evidentemente que não é necessário muito esforço para compreender a origem da palavra.

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

O Saca-rabos e o escalabardo


SACA-RABOS

Evidentemente que, ao invés daquilo que se costuma afirmar, “saca-rabos”, um dos nomes populares por que é conhecido o Herpestes ichneumon, nada tem que ver com “sacar rabos”. O mesmo animal é conhecido no Baixo Alentejo e Algarve por “escalabardo” nome que provém de “skl brd”, que significa literalmente em fenício “insensato animal manchado”, ou “insensato animal malhado”. Quem conheça o comportamento da espécie saberá que é o mais descarado e desavergonhado dos pequenos predadores da nossa fauna, atacando a criação em pleno dia e sob o olhar dos próprios donos. O nome “saca-rabos” é por certo uma variante do “escalabardo”. O “skl” passou a “skr” (saca-ra) e “bwš” significa agir vergonhosamente. Assim “skl bwš” (algo como sacala buos) passou a “saca-rabos”. Por outro lado é de assinalar que tradicionalmente o nome “saca-rabos” é singular, dizendo-se portanto “um saca-rabos”. Este facto ajuda a perceber a origem não latina da palavra. Por último pode ver-se como há uma tendência recente para sujeitar o nome à norma geral do português, vendo-se já que surge escrito muitas vezes “um saca-rabo”, o que ajuda a perceber como evoluiu a língua popular quando pressionada pela gramática de raiz erudita.