Há no entanto detalhes que ajudam a melhor compreender este fenómeno raro. Este “şl” fenício, (no caso hebraico antigo), tem outras formas gráficas equivalentes, como “şalalu” que significa em assírio e acádio “proteger, cobrir, fazer tecto”, de “şilu” (ou “şillu” e “şululu”), que significa também nestas línguas “sombra, protecção”, ou de “şll” com o significado de “tornar sombrio”. Percebe-se que o “şl” fenício corresponde em boa medida ao “objecto que produz a sombra” e não apenas à sombra projectada por esse objecto. Por outro lado, o “umbra” latino refere-se mais à “sombra projectada” em si, e menos ao objecto que a produz. Deste modo acaba por existir uma certa complementaridade entre o significado dos dois termos na palavra “selombra”, o que contribuiu para o seu surgimento e que veio dar origem à nossa palavra "sombra".
Alguém acredita que depois da conquista pelos romanos, os povos da Ibéria esqueceram a sua língua e passaram a falar a língua dos seus inimigos?
sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012
A "SOMBRA" FILHA DO FENÍCIO E DO LATIM
Como bem refere J. P. Machado, a nossa palavra “sombra” tem certamente relação com o castelhano “solombra”, com o mirandês “selombra” e com o português antigo “soombra”. Este parece ser um caso pouco comum na língua portuguesa, em que se juntaram duas palavras com o mesmo significado, uma proveniente do fenício e outra do latim. De facto “şl” em fenício é “sombra, protecção”, e “umbra”, em latim, também significa “sombra”. Assim, o “solombra” original resultou seguramente desta duplicação de termos “sl+umbra”.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário