O "homem de Piltsdown”, foi
um fóssil “descoberto” em 1912 no Reino Unido e anunciado ao mundo como o
fóssil do hominídeo que fazia a transição entre o macaco e o Homem. De algum
modo provava ou pelo menos sugeria que o Ser Humano, a vida inteligente, tinha
começado em terras de “Sua Majestade”. Este achado teve grande impacto na época
e abafou mesmo descobertas sérias como a do Australopithecus africanus. Como
poderia ser possível que a vida inteligente não tivesse começado em Inglaterra?
Como se poderia aceitar que sua majestade descendesse dos africanos?
Contudo a descoberta foi
desmascarada em 1953, quando os cientistas do museu e da Universidade de Oxford
revelaram que o “homem de Piltdown” era falso. Suspeita-se que a mandíbula e o
canino eram de um orangotango e foram colocadas junto ao crânio de um humano
moderno. A verdade é como o azeite: acaba sempre por vir à tona!
O Indo-Europeu teve um nascimento
com motivações semelhantes. Como se poderia aceitar que as línguas da Europa,
as línguas das nações mais poderosas do mundo, tivessem nascido no
Médio-Oriente? Jamais! Os nossos pais linguísticos e culturais não poderiam vir
do sul, semitas, sabe-se lá se mesmo judeus!!! Por outro lado era bom associar
o inglês às línguas das antigas elites indianas: se o sânscrito e i inglês eram
parentes, estava justificado o direito ancestral dos ingleses ao domínio da
Índia.
Os factos contudo mostram que as
línguas do leste do Mediterrâneo antecedem e certamente deram origem às restantes
do mundo ocidental. É verdade que em sânscrito sarpaḥ significa “serpente”, e `que a raiz “serpe”
é comum a muitas línguas europeias modernas com o significado de “serpente”,
mas … em fenício “srp” também significa “serpente”. O mesmo acontece com muitas
outras palavra com as quais se tenta demonstrar a existência de um ramo humano linguístico e cultural “indo-europeu”.
De facto não existe qualquer
evidência histórica, arqueológica, ou mesmo genética desta construção teórica e
ideológica a que se chamou “indo-europeu”, e por isso é melhor começar a repensar
a questão com seriedade e espírito científico.
A verdade é como o azeite, mas às
vezes demora algum tempo a vir à tona.
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