Pois é amigos, a língua portuguesa tem mesmo coisas
engraçadas. Já repararam que quando se faz um enxerto o porta enxertos também é
conhecido por “cavalo”, mas a pernadinha da qualidade que queremos reproduzir,
se chama “garfo”? Garfo? Porquê “garfo”?
A palavra “garfo” usada neste sentido de “pedaço de pernada
que queremos reproduzir”, nada tem que ver com talheres. A palavra que hoje
usamos tem origem em “qarave”, ou “qarvo”, que em acádio, assírio, ugarítico e
hebraico antigo, significa “aproximar, juntar um ao outro”. O nome resulta
assim de o “garfo” ser a parte que se aproxima, a que se junta. Mas a mesma
raiz (ou no caso do acádio e assírio a forma próxima “qervu”) significa “no
meio, interior, entre, ao meio de”. Quem conheça a estrutura lógica destas
antigas línguas perceberá imediatamente que este “juntar um ao outro” se faz
pela penetração de um no outro (como acontece na forma tradicional de fazer
enxertos), e por isso o termo também foi usado para referir o “interior do
corpo feminino, a vulva”.
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