domingo, 17 de novembro de 2013

OS "BISPOS" E A COMIDA QUE SE QUEIMA



Diz-se que quando a comida se queima sabe, cheira ou tem “bispo”. É claro que este “bispo” nada tem que ver com a igreja católica e as funções dos seus membros. Provém antes da ideia de “oferta queimada de alimentos” ou “sacrifício queimado de alimentos”. Em fenício “b” ou “bi” (prefixo) significa “na qualidade de”, “ašh” ou “išèh” é “oferta queimada, sacrifício queimado” e “spu” é “alimentos”. Portanto “bišèhspu” [pronúncia provável - bichèespu] significa “alimentos queimados”, “oferta queimada de alimentos”, “alimentos queimados no sacrifício”, etc. Quando se lê o Antigo Testamento vê-se que este era um ritual comum: sacrificar um animal, normalmente num sítio alto ou junto a uma grande árvore, e queimar uma parte dele como oferta aos deuses. A avaliar pela localização da maior parte dos nossos santuários campestres, que ainda hoje se situam nos bicos das serras, junto a lapas ou nascentes, etc., aqui pela Ibéria passou-se precisamente o mesmo. Portanto, quando alguém disser que a comida tem "bispo", não culpem a Igreja, ne nenhum dos seus membros...

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

O NOSSO TREMOÇO E O CALOR DOS GREGOS

Algumas vezes, a vontade descontrolada de criar uma relação entre o português e os "clássicos" (tão venerados pela nossa intelectualidade tradicional) aproximou-se do ridículo. Vejam como se tentou relacionar a palavra "tremoço", que como toda a gente sabe se dá bem com coisas frias (é evidentemente o caso da cerveja), com o "thérmos" grego, que significa "quente".


Mas na verdade a nossa palavra “tremoço” tem por certo origem fenícia e não grega, já que em acádio “tarmus” significa precisamente “tremoço”. Portanto a origem grega não tem o menor fundamento ou razão de ser.
Actualmente também não se compreende a vontade de ter uma ascendência grega, a menos que se queira com isso explicar as semelhanças no que respeita à crise...