quinta-feira, 15 de março de 2012

Rasgar novos caminhos no conhecimento da origem da língua portuguesa

O conhecimento passa por fases de rotura, em que se alteram alguns dos seus paradigmas, e por outras de continuidade, em que se desenvolvem de forma sistemática esses novos princípios.

O que vos vou propor é a rotura com o conhecimento geralmente aceite no domínio da origem da língua portuguesa, e essa rotura terá inevitavelmente reflexos em vastos domínios do conhecimento. Mas para sair do conhecimento universalmente aceite e enveredar por caminhos novos é preciso coragem. Às vezes o “rei vai nu” mas custa ser o primeiro a afirmá-lo.

Tem sido aceite de bom grado que é impossível determinar qual a língua falada pelos povos da península Ibérica antes da invasão romana, e desse modo atribuiu-se ao latim a origem de quase todas as palavras do vocabulário português. Quando não se encontravam objetivamente raízes latinas para a palavra, dizia-se que era “latim popular” ou que proviria de uma “forma hipotética”. Exemplifico para que melhor se compreenda a situação a que se chegou. Temos em português o verbo “abalar” usado no sentido de “executar uma deslocação”. Como não havia em latim uma raiz aceitável para essa palavra, inventou-se uma: diz-se que “abalar” deve ter tido origem numa forma hipotética latina “advallãre”. E pronto, dito e redito mil vezes passou a ser verdade inquestionável. Mas… “advallãre” efetivamente nunca existiu, e se tivesse existido significaria “lançar-se num vale, ao fundo”, o que, convenhamos, não tem jeito nenhum. Por outro lado existe em fenício a forma “abalu”, que significa “levar, trazer, carregar”, palavra que é obviamente muito melhor candidata a origem no nosso verbo “abalar”. Casos como este são às centenas...

Da reapreciação da etimologia do português, da análise da toponímia, da compreensão de muitas lendas populares e mesmo da decifração da escrita do sudoeste, pode concluir-se com segurança que a língua do povo que foi invadido pelos romanos era uma língua muito próxima do ugarítico, do acádio, do assírio ou do hebraico antigo. Entender a origem das palavras, o significado dos topónimos ou das lendas e decifrar a escrita do sudoeste é o trabalho de que dou conta, mas que está apenas no início.

Os mais capazes vão perceber esta mudança de princípio em pouco tempo; outros demorarão mais algum tempo, terão dificuldade em aceitar o novo pensamento por uma questão de princípio; mas os muitos que defendem o conhecimento oficial, seja ele qual for, e independentemente de critérios de razão, continuarão agarrados ao que sempre se disse como se de religião se tratasse.

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